sábado, 27 de fevereiro de 2010

Paro o tempo

A árvore lá do quintal
Com as folhas caindo
No tom âmbar do outono
Me lembra o castanho dos seus olhos
No brilho do sol
Mágicos, como sempre.

E a chuva caindo
Gota por gota
Me lembra sua voz
Falando palavra por palavra
No meu ouvido
Como se o tempo parasse
Enquanto você fala

E mesmo se o telefone tocasse
Mesmo se o arroz queimasse
Mesmo se os papéis voassem
Mesmo se as folhas entrassem em casa

Eu ficaria pra sempre aqui
Na frente de casa
Olhando seus olhos
E ouvindo a sua voz,
Esperando o tempo passar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quarta de cinzas

Hoje as nuvens não vieram como o algodão
Brancas
Tudo o que era claro se tornou um tanto
Acinzentado
As nuvens, cinzas
Em formato de redemoinho, refletiam o dourado do sol
Num clima mágico

O vento frio toca minha pele
Pronuncia teu nome, baixinho
Letra por letra, bem devagar
E leva embora a poeira dourada
Me dá arrepios

De repente, as gotas de chuva
E o teu perfume
Teu toque
Teu beijo
E, até hoje, me pego pensando
Eternizando aquilo que era só uma
Quarta de cinzas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Selinho *-*

Presente da minha princesinha Lílian!
Muito obrigada Lílian, você é um amor de pessoa, vai estar sempre no meu coração!^^
Regrinhas:
7 coisas sobre mim:
1- Eu tenho medo que as pessoas me toquem
2- Eu gosto de Moulin Rouge
3- Não tenho medo do escuro
4- Não ando sem sandália, chinelo, tênis ou outro calçado
5- Eu prefiro ficar sozinha
6- Não gosto de muitas perguntas sobre o que eu estou fazendo
7- Eu só faço o que eu quero.

7 blogueiros:
A maioria já recebeu, mas deixo aqui pra quem quiser, vocês sabem que AMO todos vocês de ♥
Beijinhos *-*

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O fim de quem ama

Eu seria capaz de abraçar a morte
Sentir seu corpo frio me tocar
E sugar de mim até o último pingo de vida que eu tivesse.

Eu seria capaz de beijá-la
Sentir seu gosto amargo
Deixar que ela me conduzisse até o infinito
Onde as palavras já não tem tanta importância

Eu seria capaz de deixá-la me possuir
Dominar cada gota do meu sangue
Seria capaz de ouvi-la sussurrar meu nome
Com a voz fria e medonha
Sem ter medo algum

Seria capaz de senti-la em meu momento final
Apenas pra não deixar
Que ela tire você de mim, mesmo sabendo que isso será inevitável.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cuidado - Frágil.


Eu ia explodir.
Cada pedaço de mim parecia quebrar-se aos poucos
Era como se a cada nova decepção, meu corpo reagisse assim
Trincando, quebrando.
Talvez eu não seja assim tão forte
Talvez eu não seja assim tão super mulher
Talvez eu seja só um ser humano comum
Que depois de um tempo
Começa a dar defeito.

Ao som de uma ópera
Meus pequenos pedaços caíam
Não sei se em realidade ou em sonho
Mas sei que caíam
E se partiam
Em milhões de novos caquinhos
Que já não podiam mais ser montados

Já não havia mais volta.
Eu perdia todas as minhas forças
Sem conseguir me mover
Apenas encarava a triste cena
Sem nenhuma reação

Até que não seria tão ruim
Se as pessoas se desmontassem
E seus caquinhos se tornassem
Partes de outras pessoas
Que as amariam mesmo sem conhecê-las
E seria uma eterna continuidade
Da singularidade e da fragilidade
Do ser humano.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A véia do coque


Todos os dias
Quando saio de casa
Passo por aquela rua 
E vejo a velha

Não que eu tenha medo
Receio, pânico, não sei
Só sei que todos os dias
A velha fica lá

E todo dia é assim
A mesma rua
E a mesma velha
Sempre de coque e olhando pra mim

O coque dela é bonito
Preso com um pente florido
Seus cabelos brancos
Reluzindo ao sol

Mas eu acho estranho
Porque a velha me olha
De um jeito
Que educa, corrige

E não importa por onde eu andar
Vou sentir que a velha está lá
Com seu coque bonito e branco
No sol, a brilhar.