segunda-feira, 29 de março de 2010

Meu Pequeno Lu (poema para um grande amigo)



La, le, li, lo, lu...
Pequena luz que me faz sorrir
Mesmo em meu pranto

Le, li, lo, lu...
Me abraçou sem perceber
Com seu sorriso

Li, lo, lu...
Linhas em suas mãos são desenhos
Que formam meu rosto

Lo, lu...
Meu menino eu não te empresto
Pra ninguém

Lu...
Com olhos que acalmam até as feras mais cruéis
E um jeito doce... amável

La, le, li, lo... Lucas!

sábado, 27 de março de 2010

Eu não sou legal

Eu não sou legal
E sou idiota também
Porque o que eu quero não me faz bem

Eu falo demais
Bebo, fumo
E não durmo

Eu não escuto
Não gosto de falar, prefiro gritar
Talvez assim eu faça alguém me escutar

Eu não sou legal
Não tenha pena de mim
Você também não é legal e eu gosto de você assim.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Poema vazio




Eu moro numa rua vazia
E em minha casa vazia
Planto flores vazias num vaso vazio
Que minha mãe me deu.

Sinto um perfume vazio
E me vêm lembranças em minha mente vazia
De um passado distante e vazio
Onde há um pequeno lugar preenchido
Que é onde estava meu coração.

E vendo estas flores vazias
Nesta casa vazia
Numa rua vazia
Eu me lembro que, com você,
Nada era vazio
E muito menos solidão.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Pobre Coração

Lá vai ele novamente
Colocando tudo no lugar
Tentando organizar
O que eu, tão desastrada
Espalhei pelo chão
Pura ilusão pensar
Que ele me amava...

O coração foi pegando
Os sentimentos espalhados
Todos jogados, caquinhos coloridos
E colocando com todo o cuidado
Numa caixinha
Bem florida
Pra depois eu pegar
E espalhar tudo outra vez
Doce ilusão é o amor...

quarta-feira, 10 de março de 2010

Debaixo da ponte

                                             
Meu coração está debaixo da ponte
Estamos em época de chuva
Ele não tem onde se segurar

Então quando a enchente vem
Ele vai de um lado pro outro
E quando a enchente acaba
Ele fica todo machucado
Sem casa, sem amor, sem ninguém

Quem me dera que aparecesse
Ao menos um outro coração abandonado
Pra juntar-se à solidão do meu
E assim esquecer que um dia
Viveram debaixo da ponte.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Basta!


 "Chega de dor em mim
E chega de tristeza
Tentei mudar meu jeito de ver as coisas
Mas vi tudo mais claro
Sua indecisão
Seu desamor
Sua indiferença
Demorei muito tempo pra perceber
O que estava diante dos meus olhos
Como fui cega?
Como pude não pensar nas coisas?
Você me deixou enfeitiçada
Tapou meus olhos
Me emudeceu
Durante tempos eu deixei
A vida passar por mim
E não dei à mínima
Agora as lembranças me rondam
Dia e noite
Lembranças boas e ruins no meu quarto
Esbarrando em mim
Derrubando as coisas
Fazendo sombra.
Agora basta!
Não quero migalhas
Não quero pedaços
Não tenho mais medo
E a dor não me incomoda"

Então ela se levanta e sacode a poeira, tira as teias de aranha e dá um breve sorriso bem no cantinho da boca. Leve, porém significativo, pra quem deixou a felicidade de lado e embarcou no sono profundo da tristeza. Uma pena que a menina não tenha mais tantos sonhos. Agora ela lida com o jogo da verdade, ela conta estrelas, mas com os pés fincados no chão, com a experiência de uma menina-mulher que não mais deixará que o tempo passe diante dos seus olhos. Ela não tem mais medo do amanhã. E eu tiro o chapéu para a menina.